sábado, 6 de agosto de 2016

O tempo

Não sei o que se passa em mim, que mesmo que tente, não consigo te esquecer e fico aqui, chorando, pensando em você e em tudo que representou e representa para mim!
Você foi e ainda é muito importante para mim...
Queria tanto, mas tanto te ver de novo, nem que fosse ao longe, de relance, só para minha alma recriar a vida, que está se esvaindo...
Minha vida se resume em antes e depois de você: antes, era só mais um; depois de você, não sou mais eu... Não vivo, sobrevivo; não existo, co-existo...
Daqui à exatos 07 dias, completará um ano que nos conhecemos, ali minha alma se partiu e você virou metade de mim e está difícil viver sem minha outra metade. É como se a vida toda você fosse destro e de repente, sua mão direita some, você não sabe como, nem o por quê, mas sabe que ela não está ali e tem que se adaptar, tornar-se canhoto, aprender a conviver com a falta que lhe faz aquele pedaço, aquela parte anteriormente importante, mas que você sabe que precisa continuar a viver...
E hoje, não sei o motivo, mas hoje você tá me fazendo uma falta... 
Tudo que eu mais desejaria ouvir era seu sotaque lindo, arrastando o erre e me chamando de chato, mas que me amava, que eu era importante para você, que mesmo que a gente se afastasse, você ainda ia me amar...
Sinto falta das palavras de carinho, de seu toque, seu abraço caloroso e que me reconfortava e me aliviava dos meus problemas. Ali, em seu abraço, em seus braços, o mundo cabia inteiro em ti e tudo se resumia à nós, pois o resto não importava, o mundo era você e eu, mesmo que durasse apenas alguns minutos, mas eram minutos suficientes intensos para que eu cresse que ia durar para sempre e dentro de mim marcou, dentro de mim ainda dura e eu ainda te amo...
Aquele sorriso lindo, que me fazia devanear e sonhar com um futuro ao seu lado, pois eu cria que a gente ia enfrentar o mundo por amor, ia viver junto por que nos amávamos, porque era real e intenso...
Nessas horas, me bate a tristeza, minha alma sofre, pois a pior dor do mundo não é física, é espiritual e a dor que sinto não é física, pois esta tomando remédios passa, mas que remédio cura uma dor de amor, uma dor que não pode se nomear ou descrever a sensação? Que remédio cura a falta que a gente sente de alguém? Ou a saudade que a gente sente e que corrói a alma? Como se enganar e crer que foi melhor assim, que tudo vai ficar bem, que você vai seguir adiante e não sentir mais falta de um alguém que tu amastes e que hoje só te resta esquecer?
Se extraterrestres existem, por favor, me abduzam, me tirei daqui ou alguma alma piedosa por favor me chame para ir morar em seu país que seja, no mínimo, separados por um Oceano e que eu possa estar longe o bastante para que nada mais lembre você, que a rua que eu ande não traga lembranças suas, que o ônibus que eu tome, não traga lembranças suas, que um sotaque não traga lembranças suas, que uma palavra, uma frase não traga lembranças suas...
Quero recomeçar, porém bem longe dela, pois não me bateria a vontade de ir até ela, procurá-la e tentar vê-la, mas que sou covarde o bastante para sofrer aqui, sozinho, morrendo aos poucos, pois é como se algo me corroesse, como se um ácido estivesse a me tirar pedaço por pedaço, a corroer não a carne, a matéria, mas o abstrato, uma coisa que eu sinto que perdi, que na verdade se encontra com ela, que se chama alma e mais intensamente espírito. Como pode ser isso? Não sei explicar, mas sei comparar: é como se tentasse você estivesse preso à algo e um Oceano te separasse de tua liberdade e, para conquistá-la, tens que nadar esse Oceano e se conseguires transpô-lo, terás tua almejada liberdade. Mas a pergunta que cabe: como conquistar a liberdade ante o desânimo, a falta de perspectivas de sucesso?
Você é a liberdade que minha alma cativa por anos almejou ardentemente ter, mas que um Oceano nos separou e lá, bem distante, está a tão sonhada liberdade e que por curto intervalo de tempo tive a honra de conhecer e viver essa liberdade....
Estou novamente preso àquilo que outrora me cativou e me fez sonhar com tudo o que vivi com você...
Era como você me dizia: "Eu sou complicada. E se eu for embora? Vai doer em mim e mais ainda em você! Vai valer a pena viver algo que será momentâneo?"... Sabe, sim, valeu a pena, pois eu conheci minha metade e que hoje mesmo sem estar com essa metade, sinto que vou estar conectado para sempre à você, de alguma forma, pois nem que seja um dia, um único dia, você também sentirá saudades... aí sua alma vai se ligar à minha!

Com carinho, Souza.