sábado, 10 de setembro de 2011

Relatório de visita ao Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGSe)

Início: 14:37 hs

Término: 16:00 hs


Equipe da visita:

José Souza Lima

Josicarla Machado

Marise Isabel

Valéria Araújo

Vanessa Gonçalves


Iniciamos a visita pelo Auditório Lourival Baptista, acompanhados pela estagiária Nayara, do 6º período de História da UFS. Auditório onde são feitas as solenidades do IHGSe, tipo eventos, palestras e disponível para locação...

O Instituto é privado e sobrevive de doações de acervos e financeiras  para se manter.

Possui uma revista própria, tendo sua primeira edição em 1913, sendo a mais antiga do estado em circulação.

Burocraticamente é dividido em:

1.      Pinacoteca;

2.      Museu;

3.      Biblioteca;

4.      Hemeroteca;

5.      Arquivo.

Fundado em 1938, porém foi inaugurado somente no ano seguinte.

Idealizador: Floriano Teles Menezes

A visita teve as seguintes etapas, respectivamente:

1.      Galeria dos presidentes

Foi-nos apresentados a cronologia dos presidentes do IHGSe, sendo o primeiro presidente o senhor João da Silva Mello, presidindo a Instituição de 1912 à 1916. O atual é o senhor, Samuel Barros de Medeiros Albuquerque - professor de museologia da UFS.

Um fato peculiar e bem interessante é que a única mulher que presidiu a Instituição foi a senhora Maria Thetis Nunes, de 1971 a 2003.
Teve um total de 20 presidentes...

2.      Acervo sergipano

Nessa saleta encontram-se os livros de autores sergipanos, residentes ou não no estado atualmente.

Um livro que é doado ao Instituto passa por três fases interessantes: registro no Livro de Tombo, entra no sistema do Banco de Dados e somente após isso passa à sala para consulta.

Possui, dentre outras coisas: Acervo audiovisual, cartas de sesmarias, cartas de demarcação de terras (datadas do século XVI), livros do século XIX, tidas como Obras Raras, devido a haver somente um exemplar conhecido e catalogado.

3.      Hemeroteca

Possui cerca de 1.000 revistas, de diversos conteúdos, sendo do estado e/ou de outras localidades. Recebe revistas de outros IHG´s. Mostra do Jornal de Sergipe, edição de julho-dezembro de 1947. Seu acervo foi digitalizado, apoiado pela Petrobrás.



4.      Catálogos

Acervo diversificado.

5.      Museu (apresentado pela estagiária Alessandra, acadêmica de museologia, 8º período, UFS)

Fundado em 1912.

Seu nome é uma homenagem à Galdino Bicho, pintor carioca que viveu sua infância em Sergipe e que muito contribuiu para a pintura no estado, retratando suas paisagens.

Foi-nos apresentado:

·         Urna funerária em cerâmica aratu;

·         Ossuário de D. Joaquina Maria da Silva;

·         Atabaques afros, três: run, rumpi, lê;

·         Quadros, com pinturas a lápis, do Imperador D. Pedro II e sua Imperatriz, D. Thereza Cristina Maria (em visita à Sergipe);

·         Objetos em porcela;

·         A Chave da Cidade, do século XX (entregue ao Rei Momo, abrindo o carnaval);

·         Bandolim;

·         Obra em marchetaria (figura entalhada em madeira), da I Miss Sergipe, Bela Menezes;

·         Pedra tumular (?), datada do século XVIII, de Belchior Dias Moreira;

·         A Loteria Estadual;

·         Bandeira alemã;

·         Capacetes do exército alemão;

·         Fotografia de Mussolini e Mário Sampaio;

·         Capacetes de soldados brasileiros;

·         Projéteis;

·         Talheres (que era garfo e colher ao mesmo tempo);

·         Capacetes da Rev. Constitucionalista, em SP;

·         Cabeça em bronze, de Getúlio Vargas;

·         Fotografia de Amintas José Júnior;

·         Armas, fuzis e baionetas do exército brasileiro, mas que era de fabricação alemã;

·         Balas de canhão;

·         Fotografia de Hermes da Fonseca (datada século XX);

·         Escrivaninha (datada século XX);

·         Pasta em couro (datada de 1947);

·         Fotografia de Manoel Armindo Guaraná;

·         Fotografia de “À Hora Literária” (reunião de pensadores sergipanos para discutir problemas da sociedade sergipana da época), nela constam: D Zizi Cabral, D. Leonor Teles Menezes, D. Etelvina Amália de Siqueira, General Calazans, Dr. Helvécio Andrade, José Silva Ribeiro Sobrinho, Antônio Oliveira Rocha, João de Matos Ribeiro e Pedro Alcântara de Carvalho;

·         Fotografia de Laudelino Freire, com fardamento da Academia Brasileira de Letras.

6.      Pinacoteca

Recebeu o nome de Jordan de Oliveira, em homenagem ao amigo de Galdino Bicho. Criada após a inauguração do museu.

A pedido de Galdino Bicho doou-se postumamente suas obras a pinacoteca.

       Obras:

·         Riacho no bosque. Henrique Bernadelli, século XX;

·         Passeio no bosque. Carlos Chambelland, sem data;

·         Caminho no bosque. Virgílio Rodrigues, 1925;

·         Praia. Francisco Mana, Século XX;

·         Paisagens com lago. Genesco Murta, 1918;

·         Retrato de mulher. Dias da Silva, 1923;

·         Paisagem campestre. João Batista de Paula Fonseca, século XX;

·         Casario nas colinas. Edson Mota, século XX.

Em todo o momento, da chegada à saída, me apaixonei ainda mais por História. Apesar de estarmos em uma fase inicial da Academia, senti-me como um historiador profissional e não como um graduando em história, calouro da UFS. Ver ali, defronte a mim, uma pequena e resumida mostra da II Guerra Mundial foi algo que me deixou extasiado. Além de que as urnas funerárias, os quadros, o processo de manuseamento correto dos livros (explicado no seminário Conservar e Restaurar Documentos), os quadros, as fotografias, os atabaques (Run, Rumpi e Lê), os artefatos usados na II Grande Guerra me deixaram zonzo de tanta informação assimilada instantaneamente. Saí de lá com a cabeça doendo, literalmente.

Se já tinha orgulho de ser sergipano, agora estou muito mais orgulhoso ainda.

Agradeço aos organizadores desse espaço, aos colaboradores, aos pesquisadores, aos professores, enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram e/ou contribuem para o manutencionamento desse Instituto. Parabéns à todos...