domingo, 7 de setembro de 2008

Curiosidades sobre Simão Dias


Por que a criação de gado foi a principal atividade no processo de colonização de Sergipe?

Felisbelo Freire, o primeiro historiador de Sergipe, ao analisar o processo de colonização de Sergipe já argumentava “O sergipano antes de ser agricultor foi pastor”, pois antes mesmo de Sergipe ser colonizado, fazendeiros baianos já aproveitavam as águas do Rio Real para matar a sede do gado e criar rebanhos nas imediações do mesmo. Com a ocupação do território, a capitania foi aproveitada para criação de gado, se valendo dos rios na região, fornecendo carne bovina e animais de carga para as capitanias vizinhas. Isso permitia que as capitanias da Bahia e Pernambuco, se dedicassem prioritariamente a produção canavieira.
O nome de muitas cidades sergipanas revelam a importância da pecuária na sua origem: Campos Novos do Rio Real (atual Tobias Barreto), Malhador, Curral das Pedras (atual Gararu), Campo do Brito, bem como, outras povoações que tem sua origem relacionada com a pecuária, a exemplo de; Simão Dias, Nossa Senhora da Glória, Porta da Folha, Aquidabã e Riachão do Dantas.

Que conseqüências a opção pela pecuária trouxe para a colonização de Sergipe?

As primeiras sesmarias a princípio foram dadas aos soldados de Cristóvão de Barros, mas também, havia distribuições de lotes de grande porte para famílias mais abastadas da capitania baiana. Logo, o latifúndio e a concentração de terras é resultado desse processo, o que tem resquícios até hoje. No entanto, vale ressaltar que a pecuária ao contrário da produção canavieira não exigia grande quantidade de mão-de-obra escrava, logo, grande parte do território sergipano teve uma ocupação mais democrática e menos hierarquizada.

Quem foi Belchior Dias Moréia?

Belchior Dias Moréia era um proprietário de terras proprietário da fazenda “Jabiberi”, no atual município de Tobias Barreto que organizou entradas no território sergipano a procura de metais e pedras preciosas. Tornou-se um dos personagens mais emblemáticos do período colonial, por ter afirmado teria encontrado ouro e prata na Serra de Itabaiana, em 1619. Como a Coroa Portuguesa ansiava por descoberta de metais preciosos em sua colônia, a notícia logo se espalhou e Belchior Dias ganhou notoriedade. Pressionado pelas autoridades portuguesas recusou dar a localização das minas o que o levou a prisão. Morreu em 1622 sem revelar o segredo. Após outras expedições portuguesas, as autoridades consideram o episódio uma farsa de Belchior Dias Moréia, visto que, não encontraram a ditas minas de prata e ouro.